sexta-feira, 6 de abril de 2007

Quem sou eu?



Eu realmente preciso me expor aqui? Bom, acho que sim, nem todos que visitaram meu blog irão me conhecer... A princípio digo que isto aqui não é o orkut, onde as pessoas, geralmente, tentam se vender para serem adicionadas. Não estou nem um pouco preocupado com o que irão pensar ou deixar de pensar sobre a minha pessoa.


Bem, quem sou eu? Seria muita pretensão minha querer responder a esta pergunta ancestral. Não sei quem sou eu, para falar a verdade, não quero muito saber. Não vejo, simplesmente, como estas questões existenciais possam melhorar a minha vida. Então, para que se estressar, não é mesmo? Sou apenas aquilo que penso que sou – e olhe lá! Uns discordarão e então eu terei de retrucar que ninguém entende mais da minha vida do que eu mesmo. Mas não tenho muita certeza do argumento.


Pois comecemos com o meu nome, ou melhor, com meus nomes. Sim, no plural: Primeiro meu nome de batismo, que mais parece um testamento: Luiz Antonio da Silva Gomes Jr., nem preciso dizer que é o nome de meu pai né? Com o indefectível Jr. para incomodar. Depois vem Caio Gustavo Gomes Fernandes, nome que mamãe sempre quis pôr e papai vetou, ele foi mais esperto, registrou-me enquanto ela ainda estava no hospital; tudo bem, quem se f....foi eu!!! Mas mamãe, com o gênio forte que tem, acrescentado do sangue espanhol e alemão e com uma pitada de sangue cigano... - ah, esqueci de mencionar, vovó materna é filha de ciganos - jamais me chamou pelo nome de batismo, e nem eu atendo. Para alguns, porém, eu não sou nada disso. Virei apenas o Guto, para a maioria das pessoas. Para os amigos sou Kaayo, em 2001 acrescentei o "K", o segundo "A" e o "Y", uma amiga que faz numerologia disse que assim traz bons fluídos. Os mais íntimos me chamam de Gustavo. O Jr. está reservado aos inimigos que acham que isto me deprecia. Já aí deu para perceber que sou três em um. Não é muito à toa.


Minha vida de Gustavo começou oficialmente em 1987, mas eu acho que foi bem depois - Ah, sim, como Kaayo Gustavo mesmo, pois só utilizo o nome de batismo em último caso, como assinar documentos. Continuando, minha primeira lembrança é de 1988. Depois as coisas ficam confusas até 1991. A partir de então eu sou capaz de lembrar de quase tudo: fora Collor, Itamar, etc. Só não sou capaz de me lembrar do nome das pessoas. Portanto, se um dia você me encontrar na rua e eu não o cumprimentar pelo nome, me desculpe. E saúde, caso você espirre.
Já escrevi em algum lugar que sou uma mistura “implosiva” de índios com ciganos e espanhóis. A verdade é que, ultimamente, a alma cigana tem imperado. Na reserva fica a alma índia. A parte esquentada, espanhola, ficou de lado, como um vulcão adormecido. Por favor, silêncio. Não queremos acordar a bichinha, não é mesmo?


Apesar de na minha carteira de trabalho constar apenas que trabalhei como auxiliar administrativo do Citibank, na verdade já fui instrutor de informática e programador, iconógrafo, arquivista, assistente administrativo e gerente administrativo। Talvez tenha sido alguma coisa no meio disso, mas não lembro porque estava dormindo. Já ganhei prêmio de fotografia mas não sei fotografar. Já ganhei prêmio literário, mas muitos dizem que não sei escrever (e eu não acho que o prêmio desdiga isso).


Já quis ser o Francisco Xavier। Depois o Keanu Reeves. Antes disso eu quis ser o Roberto Justus, depois o Paulo Leminski. Já quis ser o Indiana Jones e o Jacques Cousteau. Já quis ser o meu professor de gestão de marketing Flávio Alonso e já quis ser como o meu pai. Nada deu muito certo, confesso. Daí eu me toquei (o óbvio das obviedades!) que eu não tinha cacife para ser ninguém senão eu mesmo. Há quem diga que está dando certo. Já tomei remédio para caxumba, diarréia, cólica, sarampo, dor-de-cabeça, insônia, depressão, dor muscular, picada de abelha, dor-de-dente, dor-de-ouvido, frieira, gripe e até para uma pneumonia que eu não tive. Parei com isso. Não tomo mais remédio para nada e a minha vida vai bem, obrigado. Consulto médicos apenas para fazer exames de sangue regulares. Mas não sei por que estou dizendo isso. Ou talvez eu saiba. Preciso tomar remédio para esclerose.


Nasci no Rio de Janeiro, no bairro de Realengo onde morei até os 8 anos, na rua Arthur Viana, nº 55 onde fiz muito cocô nas fraldas, li enciclopédias, aprendi a andar de bicicleta e dei meu primeiro beijo e sofri meu primeiro amor। Depois morei na rua Euclides Roxo, por conhecidência, também no número 55, lembro de mamãe ter jogado no bicho e ganhou. Depois me mudei para Jacarepaguá, na rua Geminiano Góis onde aprendi a passar trote e a jogar sacos cheios de água do 19o andar do prédio. Só coisa útil. Por fim, fui para Uruçanga onde moro até hoje, lá conheci meus amores e desamores, empregos, aprendi a morar sozinho...ah, sim morei sozinho durante uns meses. Mudei-me para Ponta Grossa, PR, onde fui fazer faculdade de jornalismo, aprendi a gostar de frio (do inverno eu já gostava). Fiz somente um semestre, vim pasar as férias no Rio e não voltei mais.


Sou um leitor apaixonado de bons livros. Meu ouvido para música é muito seletivo, mas eu me esforço. Tudo bem, tudo bem, não tolero as que não gosto: Samba, pagode, hip-hop... Meu olhar para a pintura não é deste século nem do anterior – e eu acho que isto é muito bom. Quase não vejo televisão, mas gostaria. Em cinema, não gosto de filmes iranianos. Por outro lado, sou fã de Austin Powers. Sobre política, prefiro não comentar, mas, sou de centro-esquerda, mas já fui de esquerda e de direita. Não tenho religião mas sigo uma doutrina, me simpatizo pelo espiritismo, não-fumante, não alcoólatra, isso é, não bebo, não como carne vermelha, gosto do Vasco, mas detesto futebol e meu índice de massa corporal é 23, mas já foi menos.


Sou isto e sou mais, muito mais. Mas, hoje em dia, quem é que tem paciência para descobrir o outro, não é mesmo? Por isso eu posso ser divertido e interessante para alguns e arrogante e burro para outros. Quer saber? Eu sou mesmo é um homem que gosta de olhar as ondas batendo nas pedras, indo e vindo, tentando nos ensinar a eternidade que não nos é compreensível. E me traga mais uma água de coco, por favor.